Terminado o Festival de Inverno de Bonito e voltei para São Paulo, de onde segui com a querida Lou Caldeira, para Paraty, onde fui calorosamente recebida pelo pessoal do Instituto Colibri, que produziu o Paraty Eco Fashion. De lá, segui para Trindade, onde começaria, no dia seguinte, o curso de biojóias em fibras naturais, viabilizado graças a parceria do Instituto Colibri, Sisalsul e Associação dos Moradores de Trindade em conjunto com meu trabalho voluntário. Foram oferecidas 30 vagas e desde a primeira noite de aula, vivi uma sequencia de grandes surpresas. Trindadeiras talentosas e determinadas a aprender foram o maior presente que alguém com minha missão, poderia receber.
O cartaz convite.
O material do curso: Fibras de sisal em cores maravilhosas, doadas pela SISALSUL e todo material complementar, comprado pelo Instituto Colibri
Depois da primeira noite de trabalho, combinamos que nos dois dias seguintes, eu estaria disponível nos três horários e foi assim que vi as meninas se aperfeiçoado, numa encantadora teimosia e determinação em aprender. E aprenderam! Algumas mais rapidamente, outras, no recomeçar cinco, dez vezes a mesma flor de sisal.
Em um grupo heterogêneo nas habilidades manuais, havia quem nunca pegou numa agulha de costura até artistas talentosas e todas, absolutamente todas, completamente envolvidas com a produção do que seria, dalí a dois dias, a mostra resultante de nosso trabalho a ser apresentada na exposição "Novo Olhar", promovida pelo Paraty Eco Fashion.
No terceiro e último dia de trabalho entramos pela noite concluindo peças e catalogando tudo para exposição. Inspirada em Tiana Santos, nossas etiquetas foram feitas a partir de garrafas pet.
Daqueles dias, nasceu um novo movimento: MULHERES DE FIBRAS DE TRINDADE.
E voltei para Paraty para produzir a exposição, que ficou muito linda. Eu olhava e me extasiava diante de trabalhos produzidos por mulheres que, há menos de três dias, nunca tinham feito nada parecido com o que estava exposto alí.
Aberta a exposição e as Mulheres de Fibra de Trindade que puderam estar presentes, tiveram a certeza do quanto o trabalho delas ficou encantador. Foram muitos elogios e novas clientes reservando as peças, que estavam disponíveis para venda, começando ali o segundo propósito do curso de capacitação: a geração de renda. E foi assim na sequencia do evento: elogios e vendas. As trindadeiras de fibra percebendo o potencial delas para produção de biojóias em fibras. Foi absolutamente incrivel.
Todo material doado pela Sisalsul e Instituto Colibri foi repassados para as Mulheres de Fibra de Trindade, de forma que possam trabalhar e organizar a sustentabilidade do movimento.
Bem, quem frequenta meu blog, já deve ter percebido que todos os meus posts sempre chegam acompanhados de muitas imagens.
Comprei, buscando qualidade no registro fotográfico da viagem, uma câmera digital GE modelo X5 e trabalhei com afinco no registro de nossos dias. Fotografei cada dia de trabalho, TODAS as peças produzidas, pois na nossa proposta, eu deveria catalogar e codificar toda produção. Entre os dias em Trindade e o Paraty Eco Fashion, foram quase 800 fotos que seriam fundamentais para apresentação do resultado de nosso trabalho e esforço coletivo, mas no momento de baixar as fotos, o cartão de memória que veio com a máquina apresentou erro e eu perdi tudo. Levei na empresa autorizada e ao final,o laudo técnico informou que o cartão de memória que se mostrava com 4gb veio com defeito de fábrica e na verdade era de 1gb. Escrevi para GE, mas na resposta, se isentavam da responsabilidade, mesmo que na caixa da máquina, venha impresso o selo informando que ela vem com um cartão de memória 4gb gratis.
Podem avaliar o tamanho da minha frustração.
Um pouco de consolo veio junto com as palavras de conforto da Bernadete Passos, presidente do Instituto Colibri: "O trabalho desenvolvido ficou na memória de todos e o que todos nós vivenciamos lá, não caberia em cartão de memória nenhum. É vero! Mas estou absolutamente frustrada, inclusive porque da produção do catálogo, dependia o atendimento a lojistas que se interessaram no trabalho das meninas, bem como o fato de termos perdido as imagens das primeiras criações do grupo e que foram comercializadas durante o evento.
Assim, estou deixando aqui as únicas fotos que tenho como registro.
Maxi colar com base de pet, coberto com sisal na cor palha.
No resumo, posso avaliar que foi uma das experiências mais marcantes de meu trabalho voluntário.
Obrigada ao Instituto Colibri, a Sisalsul, grande parceira já há alguns anos, a Associação de Moradores de Trindade e às trindadeiras, que me acolheram tão bem e me deram tanto orgulho. Agora são todos queridos amigos e que morro de saudade.
Obrigada ao Instituto Colibri, a Sisalsul, grande parceira já há alguns anos, a Associação de Moradores de Trindade e às trindadeiras, que me acolheram tão bem e me deram tanto orgulho. Agora são todos queridos amigos e que morro de saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário